Coordinación de AURORA CUEVAS CERVERÓ
( Universidad Complutense de Madrid )
Foto: https://www.march.es/es/coleccion/archivo-fotografico
CELSO EMILIO FERREIRO
[ pseudônimo Stow Kiwotto Lumen ]
( Espanha )
Celso Emilio Ferreiro Míguez foi um escritor galego.
1912 - Celso Emilio Ferreiro nasceu a 4 de Janeiro em Celanova (Ourense) - ESPANHA.
1919-1929 - Estuda com Escolapios no mosteiro de San Salvador de Celanova.
1932 - Fundou as "Mocedades Galeguistas" do distrito de Celanova com o amigo Xosé Velo.
1936 - O governador civil nomeia-o representante das Mocedades Galeguistas na corporação da Frente Popular de Celanova, mas Celso Emilio renuncia ao cargo de vereador.
1939 - Terminada a guerra, regressa a Celanova, onde obtém o grau de bacharel. Dá aula com Xosé Velo em sua aldeia, e passa a estudar Direito e Magistério por conta própria.
1940 - Presta concurso público, obtendo primeiro o cargo de secretário e, posteriormente, chefe de justiça do Gabinete de Preços, onde trabalhou até 1950.
1941- Publica seu livro de poemas em espanhol Al aire de tu vuelo .
1949-1950 - Em Outubro de 1949 é qualificado como Solicitador dos Tribunais, e em Setembro de 1950 vai para Vigo exercer esta profissão.
1969 - Em março obtém a cidadania venezuelana. Revela Terra de ningures na colecção Val de Lemos, da Editorial Xistral, dirigida por Manuel María em Monforte.
1970 - Assume o cargo de revisor da Assessoria de Imprensa do então Presidente da Venezuela, Rafael Caldera. Edita "13 poemas raivosos e uma canção inesperada", separata da revista Caracas Expediente, como avanço de sua obra Antipoemas .
1971 - Envia a versão espanhola de Antipoemas ao IV Prêmio Internacional de Poesia Álamo de Salamanca, e ganha-o.
1972 - Quando a obra vencedora é impressa, os editores censuram dez poemas sem a permissão do autor. Em resposta, Ferreiro publica na Venezuela uma separata sob o título “Poemas prohibidos. Dez poemas não incluídos no livro Antipoemas por causas no imputables a la voluntad del autor". Além disso, no mesmo ano publica os livros A fronteira infinda e Autoescolha poética (1954-1972.
1973 - No início deste ano regressa da Venezuela com destino a Madrid. Publica Os autentes , assinado com o nome de Alexis Vainacova, Fórse á puñeta , assinado por Neskezas Cokhan Mordhe, e o livro de epitáfios burlescos Private Cemetery .
1974 - Desde o início de julho, trabalha no Ateneo Científico, Literario y Artístico de Madrid, onde ocupa o cargo de Diretor da aula de cultura galega na seção de Literatura.
1975 - Publica Onde o mundo se chama Celanova em edição bilingue, bem como a obra Al César enano , compilação assinada sob o pseudónimo Stow Kiwotto Lumen, que inclui doze versos que o poeta escreveu entre 1961 e a época da publicação.
1979 - A 30 de agosto morre na sua casa de Vigo e a 1 de setembro é sepultado em Celanova. Postumamente, é publicado O libro das homenagens , Ferreiro havia entregado o original ao amigo Alonso Montero Xesús oito dias antes de sua morte.BIOGRAFIA (resumo...)
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TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
FERREIRO, Celso Emilio. Pseudónimo: Stow Kiwotto Lumen. Caracas, Venezuela: Al Cesar Enano. Fascículo No. 1. 13 p.
Sin fecha. [1970?] Ex. bibl. Antonio Miranda
[ CANTIGAS DE ESCARNIO Y MALDECIR ]
ANTE UN RETRATO
Este que veis aquí, Paco del Pardo,
por la gracia de Dios tirano abyecto,
careta de caín pluscuanperfecto,
mestizo de beato y de bastardo.
Sembró nuestro vergel de espino y cardo,
cubrió nuestro solar de un aire infecto,
trocó a un pueblo joven en provecto,
vendió la patria al yanqui y al bigardo.
Creó la España una (en los coechos),
grande (en los fraudes), libre (de derechos),
impávido a los llantos y protestas.
Verdugo nacional de sangre ahíto,
su destino final está ya escrito:
ha de morir con las palomas puestas.
DÉCIMAS A LA ESPAÑA CONFORMISTA
Madrasta de las bodas sarracenas,
que aguantas el baldón y no replicas,
que al aire que te hiera multiplicas,
que la injuria acumulas y almacenas,
que un día exclamas, vivan las cadenas,
y otro día bla bla y nada dices,
llanura de barbechos y perdices,
rebaño fratricida y masoquista,
triste burdel del dólar y el turista,
osario de un millón de cicatrices.
Tu clima putrefacto que repulso
me heló con cinco lustros de modorra,
pero librado al fin de tu mazmorra,
me late que una canción en cada pulso,
vomito mi desdén, mi náusea expulso,
respiro al aire libre y no me escondo.
Ya sé que no es cuadrado lo redondo
ni es de paz tu silencio encadenado,
vivo lejos de ti entusiasmado
aunque me pongo triste allá en el fondo.
SONETO A MI ORDINARIO
Obispo cardenal, letrina opaca,
cirio de pus, hisopo de besteiras,
gorila lateral do sol, meu de preces,
padre Astete fecal, bula velhaca.
Tendero de indulgencias y perdones,
nazi talar, verdugo tonsurado,
legaña teologal, sermón cagado,
santero de beatas y ladrones.
Hostiario vil, celeste celestino,
taimado sacristán, fraile ladino,
que la fe convertiste en un estanco.
Palanganero de la oligarquía,
vil lameculos de la tiranía,
que a Cristo hipotecaste por un Franco.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
[ TRADUÇÃO LIVRE... ]
DIANTE DE UM RETRATO
Este que vês aquí, Paco del Pardo,
pela gracia de Deus tirano abjeto,
careta de caim maisqueperfeito,
mestiço de beato e de bastardo.
Semeou nosso pomar de espinho y cardo,
cobriu nosso solar com um ar infecto,
trocou um povo jovem em proveito,
vendeu a patria ao ianque e ao viciado.
Criou a España em anexe (nos coechos),
grande (nas fraudes), livre (de direitos),
impávido aos prantos y protestos.
Verdugo nacional de sangue quieto,
seu destino final está já escrito:
deve morrer com as pombas postas.
DÉCIMAS À ESPANHA CONFORMISTA
Madrasta das bodas sarracenas,
que aguentas a rejeição e não replicas,
que o aire que te fera multiplicas,
que a injúria acumulas e armazenas,
que um dia exclamas, vivam as correntes,
e outro dia bla bla bla e nada dizes,
planície de ceifa e perdizes,
rebanho fratricida e masoquista,
triste bordel de dólar e o turista,
ossário de um milhão de cicatrizes.
Teu clima putrefacto que repulso
me gelou con cinco lustros de sono,
pero liberado no fim de tua masmorra,
me pulsa que uma canção em cada pulso,
vomito me desdém, mi náusea expulso,
respiro ao ar livre e não me escondo.
Já sei que não é quadrado o redondo
nem é tua paz teu silencio acorrentado,
vivo longe de teu sentir entusiasmado
embora eu fique triste lá no fundo.
SONETO AO MU ORDINÁRIO
Bispo cardeal, latrina opaca,
círio de pus, hissopo de bobagens,
gorila ao sol, meu de preces,
padre Astete fecal, bula velhaca.
Lojista de indulgências e perdões,
nazista falaz, verdugo consumado,
remela teologal, sermão cagado,
santeiro de beatas e ladrões.
Hostiário vil, celeste celestino,
velhaco sacristão, frade ladino,
que a fé converteste em uma tabacaria.
Palanque da oligarquia,
vil laméculos da tirania,
que a Cristo hipotecaste por um franco.
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
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FERREIRO, Celso Emilio. Pseudónimo: Stow Kiwotto Lumen. Caracas, Venezuela: Al Cesar Enano. Fascículo No. 1.
13 p. Sin fecha Ex. biblioteca de Antonio Miranda
HABLA EL CESAR ENANO
Soy un terco espación con talabarte,
hijo espúreo de Marte,
que vine a dominarte y a obligarte
a estar, España, de mi parte.
Nadie ignora que soy totalitario,
un fascista sicario,
ayer no más, do nazi tributario,
y hoy entregado al yanqui mercenario.
Cierto día, solamente en serio,
le prometí un imperio
al burgués español. Hoy el iberio
aprende imperialismo en cautiverio.
Como también lo aprende el trashumante,
español emigrante,
que en aplastante exportación constante
lancé a ganarse el pan mundo adelante.
Yo soy aquél que amplió los patrios lares
con bases militares.
Al gringo le vendí tierras y mares
para instalar sus nuevos Gibraltares.
Soy un guardia civil. Sigo y persigo,
sin descanso investigo,
encarcelo, difamo y atosigo
al español, mi íntimo enemigo.
Mi voz es ley que sin esfuerzo impongo.
Dicto, dispongo,
hago, deshago, rompo, quito y pongo
como si España fuese igual que el Congo.
INVITACIÓN AL BAILE
Evoco la canción supervivente,
el canto de furor que agita y clama
y digo sin rodeos mi proclama
al español que duerme indiferente.
Si fuiste antaño un luchador valiente,
despierta airado y vuelve por tu fama,
alza tu voz, no temas y reclama
la libertad de la que estás ausente.
Niégate a ser un paria, un humillado,
una cosa servil, un desahuciado,
un nadie del que se hizo tabla rasa.
Y Pisando el estiércol y el escombro,
hombre con hombre, marcha hombro con hombro
gritando todos, yanque, vete a casa.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
FALA O CÉSAR ANÃO
Sou um teimoso espação com talabarte,
filho espúrio de Marte,
que vim a dominar-te e a obrigrar-te
a estar, Espanha, de minha parte.
Ninguém ignora que sou totalitário,
um fascista sicário,
antes nada mais, do nazi tributário,
e hoje entregue ao ianque mercenário.
Certo dia, somente sério,
prometi a ele um império
ao burguês espanhol. Hoje o ibérico
aprende imperialismo em cativeiro.
Como também aprende o imigrante,
espanhol emigrante,
que em devastadora exportação constante
lancei-me a ganhar o pão mundo adiante.
Eu sou aquele que ampliou os pátrios lares
com bases militares.
Ao gringo vendi terras e mares
para instalar seus novos Gibraltares.
Sou um guarda civil. Sigo e persigo,
sem descanso investigo,
aprisiono, difamo se atosigo
o espanhol, meu íntimo inimigo.
Minha voz é lei que sem esforço imponho.
Dito, disponho,
faço, desfaço, rompo, quito e ponho
como e Espanha fosse igual ao Congo.
CONVITE AO BAILE
Evoco a canção sobrevivente,
o canto de furor que agita e clama
e digo sem rodeios minha proclamação
ao espanhol que dorme indiferente.
Se foste antigamente um lutador valente,
desperta nervoso e volta por tua fama,
alça tua voz, não temas e reclama
a liberdade da qual estás ausente.
Nega-te a ser u paria, um humilhado,
uma coisa servil, um sem esperança,
um ninguém do que se fez tábua rasa.
E Pisando o estrume e o escombro,
homem com homem, marcha ombro com ombro
gritando todos, ianque, volte para casa.
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Página ampliada e republicada em junho de 2024
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Página publicada em abril de 2023
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